terça-feira, 17 de julho de 2012

Segundo Relatório de João Kowacs Castro - Egomaquinista do Conjunto Nacional

Depois de duas semanas fazendo monitoria na egomáquina, acho que existem algumas coisas impressionantes a respeito dela:

* Os adultos ficam perturbados. Em geral, quanto mais velhos, mais perturbados.

* As crianças se divertem muito, quanto mais novas, mais se divertem.

* Grande parte das pessoas queria saber pra quem responder as perguntas que a máquina fazia.

* Poucas pessoas não gostam da obra. A maioria gosta mas não entende direito. As que não gostam, em geral gostam mais depois da breve explicação que eu dava.

* Algumas pessoas não entendem que não seja um jogo de ganhar ou perder.

* Pelo menos uma vez por dia, vi alguém ficar muito empolgado com a máquina. Depois de vários minutos apertando botões, essas pessoas vinham até mim e apertavam minha mão, me dando parabéns, por mais que eu explicasse ser somente o monitor da obra.

Por fim, preciso dizer que a experiencia de estar a frente, ligando, desligando e pilotando essa criatura que é a Egomáquina me fez perceber com mais e mais força como as pessoas precisam estar envolvidas em situações de interação social não programada, perturbadora e catártica de alguma maneira.

Parabéns ao Harres, ao Donasci, ao JDR, ao Bonassi
Longa vida a egomáquina, às geringonças e dispositivos sociais geradores de ruído intencional!


Câmbio desligo

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Relatório Semana 1 de João Kowacs

Egomáquina?
O que é isso? 
Qual é o propósito? 
E eu respondo pra quem as perguntas da máquina? 
Tem que entrar sozinho?
Tem que pagar alguma coisa?

Depois de uma semana fazendo monitoria na Egomáquina, cheguei a conclusão de que ela é um simulador de consciência coletiva; causa no espectador o efeito de ser inquirido por uma multidão; é um ponto de encontro entre a videoarte, a instalação, a dramaturgia e o videogame. 
Mas, em primeiro lugar, ela é um gerador de inquietação empática, o que é algo muito bom de acompanhar e faz muito sentido em uma cidade como São Paulo.

Pais, mães e crianças, malucos da rua, malucos de família, funcionários do conjunto nacional, jovens, interessados em geral por arte e curiosos em geral já passaram pela Egomáquina. E a todos eles eu dou a explicação básica, respondendo todas as outras perguntas adicionais. Graças aos esforços conjuntos do Pedro Harres, Otávio Donasci e João de Ricardo (com Stan Molina na programação de software e o inquietante texto do Fernando Bonassi), os freqüentadores do conjunto nacional estão tendo acesso a um belo momento de reflexão  e caos.

Quanto a mim, ficar sentado ao lado de um grande simulador de sentimentos, atraindo e conduzindo as pessoas, tem sido interessante, perturbador e um alivio para a atmosfera de relações pré-programadas que toma conta de São Paulo.

E o resto, o futuro dirá.

Câmbio-desligo

João Kowacs
Escritor, agente social e piloto de Egomáquina


domingo, 1 de julho de 2012

Estréia EGOMÁQUINA !!!!


Num cantinho do imenso saguão do Conjunto Nacional, esta a video exposição EGOMÁQUINAS: um conjunto de parafernálias com muitas telas, fios, cabos e outros equipamentos, em forma de pirâmide, que chama a atenção de quem passa. Entrando no meio deste conjunto de coisas se ganha um teclado e na medida em que as cobaias humanas maltratam os botões surgem faces questionadoras, em tom teatral, cada vez mais rápidas se alternando nas telas, criando surpresas e exigindo movimentos ligeiros para poder alcançá-los. Cerca de 40 artistas voluntários emprestaram sua voz e rosto para serem expostos na videoinstalação, que reúne elementos de três linguagens distintas: cinema, teatro e videogame e a velocidade do mundo atual e virtual. Entre os rostos perguntadores encontrei o do meu amigoEduardo Iribarrem de Assumpção, vindo da bicentenária e provinciana Pelotas, no sul do Rio Grande do Sul, e agora com status cosmopolita na Avenida Paulista, a mais hipster e nervosa do país.

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liandro.lindner - facebook