terça-feira, 3 de abril de 2012

Texto Funarte 02


Segue aqui o que foi escrito para a sessão "Produto ou Resultado Final do projeto"

Um aparelho não muito grande, uma estrutura ligeiramente parecida com uma velha máquina de fliperama. No entanto, ao invés de uma única tela, vários tubos catódicos antigos estão ligados por uma fiação a mostra. Esses tubos não possuem cor e estão dispostos de forma a cercar o indivíduo. Há uma fenda para inserir a ficha e um joystick em forma de revolver plástico. O dispositivo é destinado a uma única pessoa por vez. Enquanto vazio, belos rostos aparecem em algumas das telas. Entrando e saindo da escuridão, eles esboçam sorrisos, ora convidativos ora maliciosos. Um pequeno letreiro piscante de “insert coin” também está lá. Quando o alguém se senta na máquina, uma face demonstra uma excitação um pouco maior que as anteriores.
No momento em que a ficha é inserida no aparelho, os diversos rostos começam a surgir e sumir rapidamente, proferindo incessantes perguntas numa velocidade surpreendente. O som das perguntas e olhares sempre se direcionam a pessoa. Ela possui um revolver a disposição, e disparando na direção das telas pode desligar algumas pessoas/perguntas, mas novas surgirão a cada tiro. Na medida em que o texto progride, a velocidade aumenta e as perguntas começam a ser proferidas por mais de um rosto ao mesmo tempo.
Para o espectador/jogador não há pontuação, apenas a opção de eliminar as perguntas/rostos ou ouvir até o fim da torrente de palavras e olhares. Se ele ganha ou perde atirando cabe a ele mesmo julgar. Caso ele se levante da cadeira antes do final do processo, um rosto profere as duas últimas perguntas do texto em volume mais alto (“Esse silêncio? Não te incomoda?”). Caso ele fique até o fim, seu próprio rosto aparece em todas as telas; se atirar todas apagam.
Após dois minutos a máquina reinicia.


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